domingo, 26 de setembro de 2010

Abelhas em Dalbergia ecastophyllum


Conhecida popularmente como rabo-de-bugio a Dalbergia ecastophyllum é uma planta muito especial para as abehas e comum nos manguezais da região do município de Maragogi - AL. Nesta foto um amigo está coletando algumas sementes para produção de mudas.

Percebi durante esta visita ao mangue que as flores desta planta foram bastante visitadas pelas abelhas africanizadas.
Deparei-me também com esta imagem. Um caule da referida planta, mas o que esta abelha estava fazendo aí? isto não é uma flor!! Você conseguiria responder esta pergunta?

Na verdade é comum encontrarmos abelhas caminhando por cima dos galhos deste tipo de vegetação (Dalbergia ecatosphyllum). Elas estão sempre à procura de uma secreção resinosa avermelhada que escorre por uma pequena perfuração do caule da planta, provocada por um outro inseto.

Bem próximo deste manguezal existem algumas colméias de abelhas africanizada cujas melgueiras possuem coletores de própolis. Sabe-se que esta resina após ser coletada dos caules e galhos da D. ecastophyllum pelas abelhas será alterada pela ação das enzimas contidas na saliva das abelhas e dará origem a conhecida e famosa própolis vermelha. Para as abelhas esta própolis é utilizada para vedar as brechas e disenfectar a colméia. Nós utilizamos como uma auternativa natural contra inflamoções.
Alberto 
Barreiros-PE, 26 de setembro de 2010.


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

ABELHA MOÇA BRANCA (Frieseomelitta)

Você já viu uma espécie de abelha que não constrói favos de cria? Pois é, essa não constrói ... Em visita as comunidades rurais encontrei uma colônia de abelha conhecida popularmente como Moça Branca em um velho caule de coqueiro. Trata-se da abelha Frieseomelitta sp. muito bonita, pequena e que não são agressivas. Aqui as colônias desta espécie de abelha podem ser encontradas com certa frequencia em velhos caules de coqueiro.Esta colônia localizava-se a beira da estrada e segundo alguns moradores visinhos, meninos que passavam costumavam atirar pedras contra o caule de coqueiro tentando irritar as abelhas. Sabendo disso resolvi fazer a captura dessa colônia de abelhas e levá-la para um lugar mais seguro.
A arquitetura do seu ninho é bem diferente das que eu já tinha visto pois elas não constroem favos de crias verticais como as africanizadas nem tão pouco horizontais como as meliponas. Suas crias são produzidas em pequenas células ligadas umas as outras por um pequeno cabo de cerume, formando grupos parecidos com cachos. O mel e o pólen são depositados em potes de formato cilíndrico e ovóide.

A colônia recebeu uma casa nova, ou seja, uma colméia modelo Paulo Nogueira-Neto como mostra a figura a cima.



Alberto 
Barreiros-PE, 06 de setembro de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

ABELHA JATAÍ EM MARAGOGI

A abelha Jataí (Tetragonisca angustula) é uma das menores abelhas, mede aproximadamente 5 mm de comprimento e tem cor dourada. A entrada do seu ninho é conhecida pelo pequeno tubo de cera ou cerume com abertura que permite a passagem de várias abelhas ao mesmo tempo. O orifício de entrada é fechado à noite pelas abelhas e só aberto pela manhã.

No ninho encontra-se os discos de cria (formado por várias células) dispostos um em cima do outro separados com pequenos pilares de cera. Nas bordas destes discos de cria pode se desenvolver algumas células maiores (conhecida como realeiras) que darão origem as rainhas.
O município de Maragogi possui mais de vinte assentamentos rurais, destes, onze apresentam a prática da atividade da Meliponicultura com registro de 28 criadores. Desse total apenas 8 agricultores criam a abelha Jataí em sete assentamentos. Segundo os criadores muitas colônias são encontradas nas áreas dos assentamentos, em ocos de árvores e buracos no solo. Alguns criadores por não conhecerem um modelo de colmeia racional para estas abelhas passaram a criá-las em colmos de bambu e em canos de PVC.
Após um curso de capacitação em Meliponicultura muitos jovens e adultos aprenderam a criar de maneira racional suas abelhas e outros entraram na atividade. Todos adotaram modelos de colméias racionais para criação e alguns formaram pequenos meliponários modelo.

A criação de abelhas nativas é destacada como uma atividade ecologicamente correta, já que estes animais fazem parte da biodiversidade local; porém se faz necessário por parte das políticas públicas o desenvolvimento de programas de apoio ao desenvolvimento sustentável desta prática. Que Deus abençoe os nossos governantes para que tenham uma visão mais ecológica e aos criadores para que continuem preservando ainda que de maneira rustica, as nossas abelhas nativa.

Alberto
Barreiros-PE 14 de agosto de 2010

sábado, 31 de julho de 2010

ABELHA MAMANGAVA


As abelhas Mamangavas são nativas e tem tamanho avantajado. Elas são responsáveis pela polinização de muitas plantas como por exemplo o maracujazeiro.

Imagem extraida de: Manejo de Polinizadores em Agrossistema, I Congresso Nordestino de Apicultura e Meliponicultura, Salvador- BA, 2009.
Em algumas comunidades rurais de Maragogi - AL observei que muitas dessas abelhas constroem seus ninhos nas estacas que servem de sustentação para os maracujazeiros. Muitas dessas estacas após sua vida util são arrancadas e amontoadas para posteriormente serem queimadas em fornos de casa de farinha ou na residências dos próprios agricultores.

As estacas ao serem lançadas no chão produz um impacto que causa a morte das crias de abelhas, que estão dentro das mesma. Estes ninhos posteriormente ficam expostos a ataques de inimigos naturais, como as formigas.
Após a identificação deste e outros problemas, convidei os produtores de maracujá desta comunidade para uma palestra onde destaquei a importancia da preservação da abelha Mamangava para o aumento da produção de maracujá bem como seus benefícios para a biodiversidade local.

O que me chamou atenção durante a palestra foi a falta de informação de muitos agricultores sobre os benefícios que estas abelhas proporcionam para o aumento da produção de maracujá. Ouvi relatos de que alguns agricultores matavam as abelhas Mamangavas pensando que eram bizoros perigosos (pois quando agredidas podem ferroar) e prejudicavam a produção dos maracujazeiros. Outros prendiam as abelhas fechando os orifícios de entrada de seus ninhos nos buracos de pau, que consequentimente morriam. Após a palestra percebi que muitos agricultores ficaram sensibilizados e conscientizados em preservar estas abelhas e não proceder com as práticas prejudiciais as mesmas, pois sua presença nos plantios de maracujá só lhes trariam benefícios. Além do mais são nativas e estão acobertadas pela Lei de Proteção a Fauna (Lei nº 5.197 de 03 de janeiro de 1967).




Alberto
 
                                                       Barreiros-PE, 31 de julho de 2010.